terça-feira, fevereiro 02, 2010

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Estou no caminho - restaram pedras e espinhos - redescobrindo as paisagens, que tantas vezes as menosprezei. Agora me apego a elas como se fossem as heroínas da resistência, capazes de suportar a tempestade de sentimentos, já arruinados. Elas resistiram para, quem sabe, me mostrarem algumas lições: o renascimento da vida, das cores, dos sentires, dos olhares, dos valores... O compromisso, o caráter, a dúvida, o MEDO, a COVARDIA, também me fizeram mais hábil e esclarecido (estes últimos são os dois maiores problemas que impedem o homem de ser feliz). Mas, neste caminho, não estou sozinho, o silêncio me acompanha e me fala coisas reais e também terríveis. Ora o sinto em forma de desprezo; depois, como quem não tem nada na mente pra falar, é como se nem mesmo bobagens tivessem importância. E me pergunto: onde foram parar a cumplicidade, a intimidade, o companheirismo, o respeito, a consideração, os mais puros sentimentos? Não tenho as respostas, apenas questionamentos vãos! Alguém, por favor, poderia me dar alguma satisfação? Não, infelizmente, não; você está sozinho nessa (me responde o silêncio). Mas o silencio me ensina a enxergar o invisível e a sentir o gosto amargo da verdade - esta que sinto e dói, dói, dói... Mas, necessária para a liberdade. Infelizmente não tenho como fugir do silêncio e da dor. No entanto, não posso me acostumar como se algo normal fossem, pois são ricos em seus estragos. Ainda existe outro atenuante ou agravante, descobri que sou o culpado pelos acontecimentos: fui o ausente, o frio, o não romântico, o sem novidade, aquele que não lutou, pois achava que estava tudo garantido. Fui desnecessário quando achei que tudo tava indo bem; acomodado, que olhava apenas para o compromisso. Não olhei para o amor, para os sonhos. Não ofereci reconquistas. Como quis "Te amar sem limites e viver uma grande história". Ah, que amor é este que rasga o meu peito e me faz o maior dos infelizes? Esta não deveria ser a sinopse de tudo que aconteceu: o "amor" pode ser medíocre, só depende das circunstâncias, da ausência, da carência, da fragilidade, da pegada, da novidade, da chama, do querer... O "amor", este que falo - não o que sinto -, infeliz amor.

Palavras soltas ao vento, voem, voem... Levem para longe de mim todos os meus questionamentos. Percam-se e não mais me achem.