domingo, março 28, 2010

Em quantas partes serei ainda esmiuçado? Pois já estou em pedaços e ainda não fartaste de provar-me. Se o sabor final de tudo isso é viver incompleto de si mesmo dentro de um imenso abismo que me tornei, então, deleita-te, pois me tornaste em nada. A miséria já está estampada no meu rosto, uma desolação que não tem fim. A minha voz silencia como quem desfalece todas as manhãs. Já desisti de lutar, pois sei o quanto me cercaste com os teus cordéis. Tornei-me uma alma solitária que vaga silenciosamente enquanto o meu peito não para de gemer. Ainda não sei quanto de solidão e sofrimento me restam, pois estou colhendo os frutos do meu pecado.

Peço-te misericórdia... misericórdia, apenas.

Ainda que eu nunca mais ame, te peço, deixa-me ter paz e arranca de dentro de mim esta dor.

Sim, perdi um bem tão precioso, por isso, Senhor, resta-me pedir perdão pelos meus pecados.

Não te lembres dos meus pecados, nem das minhas transgressões; mas segundo a tua misericórdia, lembra-te de mim, por tua bondade, Senhor.
(Salmo 25:7)

Por amor do teu nome, Senhor, perdoa a minha iniqüidade, pois é grande. (Salmo 25:11)

Olha para mim e tem piedade de mim, porque estou solitário e aflito. (Salmo 25:16)

Olha para minha aflição e para a minha dor e perdoa todos os meus pecados.
(Salmo 25:18)

sábado, março 27, 2010

a angustia, a falta, a desilusão:
o sofrimento;
a ferida, a lágrima, a tristeza:
o choro;
a necessidade, a pobreza, a fome:
o limite;
a insônia, a dependência, a negação:
o abandono;
a preocupação, a dúvida, a loucura:
o pensamento;
a vergonha, a culpa, a decepção:
o ressentimento;
a raiva, a vingança, a fúria:
o ódio;
a frieza, a doença, a dor:
o fracasso;
a solidão, a descrença, a escuridão:
o silêncio;
a insegurança, a intolerância, a omissão:
o medo;
a morte, a lamentação, a perda:
o luto.

Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? (Rm. 8.35)

Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do povir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor. (Rm. 8.38-39)

Sentir este enfrentamento de circunstâncias adversas é como estar na escuridão em pleno raiar do dia. Mas, ao olhar para a cruz, vejo que todas as minhas injustiças foram moídas pelo sacrifício de Cristo no Gólgota. Lá encontro a esperança de que preciso para renascer para uma nova vida.

Era o mais desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens esconderam o rosto, era desprezado, e dele não fizeram caso. Certamente ele levou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele e pelas suas pisaduras fomos sarados. (Is.53.3-5)

Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados; perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos. (I Co. 4.8-9)

E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas. (II Co. 5.17)