sábado, janeiro 11, 2014


Como um parêntese que destaca um período num texto, um intervalo de acontecimentos mudou para sempre a minha vida. A perda da minha mãe me fez desconstruir um caminho de fé e levou-me para um lugar solitário,  amargurado, desesperador. Mais uma perda, a maior de todas! Por um momento, senti como se não tivesse mais nada a perder. O sentido da existência havia descido ladeira abaixo. O ressentimento, a incredulidade e a revolta preencheram meu coração, tornando-me estranho, afastado de tudo e calado. Um ser solitário neste mundo de meu Deus. Aos poucos tento restabelecer minha conexão espiritual. Não tem sido fácil, mas sem a consolação e orientação do Espírito Santo, eu continuaria perdido dentro de minhas infindáveis indagações.  E, apesar de tudo, eu posso afirmar o que está escrito no livro de 2 Timóteo 1.12 "porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele dia".

terça-feira, outubro 30, 2012

O significado das queixas

As queixas geralmente vão muito além da preocupação com as obrigações com a lista de compras e com a rotina. Elas têm a ver com a frequência com que deixamos de notar ou ouvir um ao outro. Tem a ver com violações, depreciações, indelicadezas e todos as outras provocações que precisam ser constantemente confrontadas com os os prazeres encontrados no dia-a-dia da vida conjugal.
  • a falta de atenção pode alienar até o mais apaixonado dos casais.
  • os casais vão se distanciando sem se darem conta. E porque não se dão conta?
  • quanto menos fizermos pela relação, maior será o risco de pormos tudo a perder.
O amor conjugal pode ser lentamente corroído pela desatenção, pela indiferença e pela negligência. Se deixarmos de olhar, ouvir e prestar atenção, se não tratarmos o dia-a-dia com o devido respeito, podemos não perder o nosso casamento, mas talvez façamos dele algo menor.

domingo, novembro 21, 2010

Refúgio...


Fui, e não te achei;
Bati, mas a porta não se abriu;
Gritei, e não ouvi nenhuma resposta;
Insisti, porém nada surpreendente me aconteceu.

Dei-me conta de que estava no encontro sozinho;
Ou, talvez, o lugar não era o mais apropriado.
Corpos saltitantes e nus, olhos ardentes como brasa de fogo.
Nuvens turvas e pessoas sedentas, mas conformadas, contagiavam o ambiente.

O brilho havia fugido de meu olhar, o choro preso no peito entalara minha garganta.
Não existir por alguns segundos, desejei.
É triste e solitário, e real.
Como pude chegar até aqui?
Porque meus pés me trouxeram para este estado de espírito?
Uma desilusão provocada ou um fenômeno natural conseqüente do meu próprio vazio?
Não quero viver neste mundo de ilusão como se esta fosse a melhor de todas as alternativas.

Encontrarei, eu, uma forma de suavizar a densa e silenciosa amargura de meu ser?

Preciso de Ti, Pai!

Derrama tuas águas em minha vida e lava-me com tua fonte de águas vivas.
Mata minha sede e retira de dentro de mim toda a enfermidade de minhalma.
Quero ser completamente livre de todas as confusões de sentimentos.
Não quero mais o deserto seco deste mundo, nem andar nesta terra seca que se tornou o meu coração.

Carros, cavalos, fortalezas...
O braço forte nas guerras...
Altas muralhas, portas, ferrolhos de ferro e bronze...
Cidades fortificadas...

Só em Ti encontrarei tudo de que preciso, pois "todas as minhas fontes são em Ti", (Sl. 87.7)

“Pedi, e dar-se-vos-á;
buscais e achareis;
batei, e abrir-se-vos-á.
Pois todo aquele que pede recebe;
e o que busca encontra;
e, a quem bate, abrir-se-lhe-á”
(Mateus 7:7)

segunda-feira, outubro 11, 2010

Quando menos se espera, as coisas acontecem. Tenho me surpreendido com a superação das dificuldades e, aos poucos, a mudança de cenário vai se tornado perceptível, apesar dos segundos, horas, dias e meses parecerem eternos. Tenho gostado dessas mudanças e, de frente para um novo caminho, abro os braços para todas as coisas boas que estão chegando. Aprendi a controlar a ansiedade e a segurar a pressa; sei que logo a plenitude me envolverá e voltarei a sorrir. Sorrir da fragilidade, sorrir da tristeza, sorrir de tudo aquilo que me privou de estar em paz comigo mesmo. E, principalmente, sorrir da dor. Agora é hora de viver, intensamente. Por isso, digo sim! Sim à vida, ao amor, à felicidade. Digo sim a você que me encontrou e que me faz voltar a sonhar e a sorrir.

Ainda não sei a forma, mas, se de mim depender, de alguma forma será (desde que seja logo!).

segunda-feira, agosto 30, 2010



Esses dias o clima está seco e a umidade cada vez mais baixa. No entanto, nem mesmo a secura dos dias é suficiente para impedir meus passeios diários com a mais fiel e incansável companhia – Cléo. Ela até sente mais a baixa umidade do tempo, mas nunca recusou um convite.

Um passeio rápido, pelos mesmos lugares, abre o portal dos pensamentos e a viagem sempre me leva a lugares diversos. Os passos se distanciam e por entre as resistentes árvores vejo as diferentes faces de um mesmo lugar – uma oportunidade de explorar ao máximo o mesmo. Folhas secas se espalham por toda a extensão da trilha, a respiração ofegante dá sinal de cansaço, a boca seca pede água, a pele também reclama, mas o desejo de tomar outros rumos através do pensamento é maior. Prossigo desprendido de desejos, afinal, estou em um lugar onde nunca estive antes – pelo menos no mundo imaginário, onde tudo é improvável e possível.

Até me divirto com estas viagens cerebrais com formato de análise, já que o dinheiro não dá para pagar um analista de verdade. Mas me incomodo com a densa e interminável intensidade do que sou: um ser desconexo do "todo" e conectado com um contexto abstrato de coisas subjetivas e quase sempre incompreendidas. Apesar da sensibilidade do mundo interno, composto pelo pensamento, pelas emoções e pela introspecção do sentimento, às vezes, através de uma explosão de excessos, ultrapasso o limite do tolerável. E ultrapassar o limite permissível, ir além do tolerável, do respeitável, do compreendido é sempre preocupante, em especial, quando estamos conectados com uma rede de pessoas com os mais diversos pensamentos. Ir além do esperado é, talvez, a expressão de um formato duro, com características inflexíveis e sem liberdade de sair de um caminho de mão única e, quase sempre, sem volta.

Enquanto caminho, e ela corre, reflito sobre os "ditos-não-ditos" (a morte do adeus ou palavras que eternizam um infeliz momento). E com estes pequenos insights reveladores do próprio eu, ou talvez das próprias falhas, observo que chegar ao autoconhecimento tem se tornado uma busca incessante pela compreensão do universo do qual faço parte: coisas minhas e que, às vezes, passam despercebidas no dia-a-dia; no entanto, nem mesmo a secura dos dias as tornam imperceptíveis ao meu "sensor" automático e crítico. Em paralelo a esta tempestade cerebral, o mais importante para Cléo é apenas encontrar uma pequena sombra e um pouco de água para matar a sede. Entretanto, apesar da dicotomia entre os comportamentos humano/animal, acredito que ambos não estejam numa busca vã. Quero redescobrir-me, e ela, apenas sombra e água fresca!

Aprender com a própria intolerância é andar sozinho com um coração vagante no peito e quando não se tem reflexos do ser desejável, o desejável pode ser uma busca utópica pela perfeição quase sempre inalcançável. Mas, nesta trilha de árvores seminuas, dou uma golfada de ar seco e volto a refletir sobre as palavras irretratáveis. Seria sábio dizer que jamais devemos proferi-las? Acredito que sim! Mas para chegar a esta conclusão é preciso tomar fôlego e enfrentar uma missão tão difícil quanto fazer um passeio pelas mesmas paisagens e imaginar como se estivéssemos pela primeira vez num lugar sagrado, na terra da utopia, onde o clima é ameno, os olhos, a boca e a garganta não secam e as desilusões não existem.

quarta-feira, agosto 04, 2010

Cada etapa, de cabeça baixa suportei. O peito estava aberto e o coração pulsava. A dor era real, se materializava no meu físico. Agitava-me e debatia-me em silêncio. Não tive companhia, o caminho era solitário. O choro se tornou a minha voz e o meu rosto a própia expressão do sofrimento. Dias densos... dias lentos... dias frios...

Era necessário? Não sei!
Era justo? Não sei!
Era amor? Sim, era!

As coisas acabaram acontecendo da pior forma. Mas, ainda bem que as misericórdias de Deus se renovam a cada manhã. Hoje sinto-me leve, os pesos foram deixados para trás. Um novo dia nasceu e com ele a esperança de uma nova história. Será? Tudo tem um tempo certo, basta esperar. O novo trouxe de volta o brilho do olhar, a ansiedade dentro do peito. Voltar a sorrir e ser feliz é tudo de que preciso. Sei que mereço e por isso não tenho medo do desconhecido. Estou pronto, livre e leve. Tenho pressa, ser feliz já!

terça-feira, julho 06, 2010

O gosto amargo




Quando somos magoados ou ofendidos, não demora muito para que nos vejamos querendo acertar as contas com aqueles que estão em dividas conosco. Não há alguém que lhe deva algo? Uma desculpa? Uma segunda chance? Um novo começo? Uma explicação? Se pararmos para pensar em cada detalhe, não faltarão motivos para a lista de gente que está em falta conosco. O que fazer com aquelas pessoas que nos roubaram o que havia de mais precioso?

Jesus disse: “Pois se perdoarem as ofensas uns dos outros, o Pai celeste também lhes perdoará. Mas se não perdoarem uns aos outros, o Pai celeste não lhes perdoará as ofensas” (Mateus 6:14-15).

Jesus não questiona a realidade de minhas feridas. Ele não duvida que tenham pecado contra mim. A questão não é a existência da dor; a questão é o tratamento da dor.

Ajustar contas é algo que custa caro e o preço a ser pago é o seu relacionamento com outras pessoas... é uma ocupação solitária... é também prejudicial à saúde... é pago um preço alto fisicamente e espiritualmente.

A Bíblia diz: “o ressentimento mata o insensato” (Jó 5:22).

Quem se interessa em ajustar contas, nunca descansará. Por mais que você pense que mereça uma desculpa, pode ser que quem lhe deva não concorde com tal avaliação, ou seja, nunca lhe será pago o que lhe é devido. Mas, e se você ganhar algo, isso lhe bastará? Até onde a justiça é suficiente?

Jesus nos ensina: “Pois se perdoarem as ofensas uns dos outros, o Pai celeste também lhes perdoará. Mas se não perdoarem uns aos outros, o Pai celeste não lhes perdoará as ofensas” (Mateus 6:14-15).

Jesus nos fala que o Pai nos tratará assim como tratamos os outros. Quer desfrutar da generosidade de Deus? Então, deixe que os outros desfrutem da sua (obrigado por esta revelação, Pai).

Deus se regozija em perdoar os homens. Jesus disse que quando um pecador se arrepende há festa no céu, acontece banquete de anjos e brindes de louvor a Deus são levantados no Universo (Lucas 15:7).

Sim, perdoar pecados é a alegria de Deus e somente em Deus se pode visualizar o ato do perdão.

Quando Davi adulterou e encomendou a morte do marido de Bateseba, o profeta Natã o visitou e o fez ver o pecado que cometera. Davi entrou em pânico de consciência e disse: “pequei contra o Senhor”. Natã, o profeta, todavia, lhe disse: “também o Senhor já perdoou o teu pecado” (2 Samuel 12:13).

Somente Deus pode perdoar pecados (Marcos 2:7), assim como somente Deus pode trazer a revelação de que o pecado está perdoado. De fato, perdoar pecado é algo divino, ninguém consegue perdoar pecado sem Deus.

Quando perdou, o faço, porque sei que tal sinceridade e bondade em Graça só acontecem muito depois de Deus já haver perdoado a quem me deve ainda, mas que para Deus não deve mais. Quando perdou posso fazê-lo com toda a certeza, pois eu, de mim mesmo, jamais seria capaz de perdoar alguém em meu próprio coração se neste já não tiver sido entretecido pela Graça do perdão que Deus já concedeu ao meu próximo. E quando não perdoou, fico órfão de Deus em mim mesmo, visto que retenho contra meu próximo aquilo que já não existe para Deus, pois já foi desfeito todo o pecado. Assim, o perdão desfaz o mal e a falta dele cria o mal em mim.

Há quem faça de tudo para tornar o pecado algo pesado e difícil de ser perdoado e assim o fazem porque desejam que o perdão seja uma conquista do outro, ou seja, o pecador precisa se esfolar todo a fim de provar que conquistou o seu lugar de mérito para receber o perdão.

O fato é que Jesus ensinou que o perdão não é algo pesado e não deve ser dificultado. Foi por esta razão que Ele disse que o próximo, sinceramente arrependido, deve ser perdoa até 490 vezes no mesmo dia (Mateus 18:21-22). Perdoar deve se tornar algo equivalente a respirar, pois de fato o perdão é o oxigênio para a alma de quem perdoa, muito mais do que o é para a alma daquele que o busca.

O preço do perdão já foi pago antes da fundação do mundo pelo Cordeiro imolado.

Senhor, em Ti está o perdão!

Perdoa-me todos os meus pecados, pois “enquanto eu mantinha escondido os meus pecados, o meu corpo definhava de tanto gemer. Pois dia e noite a tua mão pesava sobre mim, minhas forças foram-se esgotando como em tempo de seca” (Salmo 32:3-4)

Perdoe os meus pecados, assim como já perdoei os pecados de quem me ofendeu (Lucas 11:2-4).

quarta-feira, maio 12, 2010

"A provação fortalece o caráter" (Tg. 1.3)

Pela janela da sala observo o movimento que segue lá fora. Enquanto tudo se movimenta, os meus sentimentos me consomem. Ainda hoje os pensamentos congelam-me os sentidos e tiram-me a paz. Já conversei com Deus sobre isso! A oração continua sendo uma grande aliada para apaziguar aquilo que desconheço e que me foge ao controle. Sonho com a chegada do dia em que saberei discernir tudo que está acontecendo e não mais me sentirei perdido com as mudanças e as perdas: acordar e não mais encontrar a dor dentro do peito. Estes dias tenho chegado à conclusão de que o sofrimento é do tamanho do amor que existe dentro de nós. Quanto mais amamos, mais sofreremos. E me pergunto o porquê de tudo isso. Porque sofrer tanto? Nada me convenceu até o momento, entretanto, através da fé, passo a acreditar que deve ser por um motivo muito especial, que vai além do nosso entendimento. Posso até estar tentando me iludir ao usar a fé como válvula de escape, mas prefiro continuar acreditando que algo especial seja o principal motivo, senão nada mais teria sentido de ser e existir. Se tudo acontece como relata a Bíblia, não posso deixar de crer que Deus está no controle de tudo e, mesmo sem concordar com as sucessões de mudanças, alimentar a esperança de que prossigo confiante na chegada de dias melhores. É debaixo das pressões que revelamos quem realmente somos e quais são nossas crenças de fato. Assim... daqui da janela de minhalma observo o mundo lá fora. Em seu próprio ritmo, cada um percorre caminhos distintos, enquanto os sentidos se organizam aqui dentro.

"Tudo que é verdadeiro, todo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo que é puro, tudo que é amável, tudo que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento". (Filipenses 4.8)

"Porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez; tudo posso naquele que me fortalece". (Filipenses 4.12:13)

quarta-feira, abril 21, 2010

Sim, passa!




"A vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito" (Pv. 4.18).

Tudo passa, coisas boas ou ruins. Não existem momentos eternos, eles têm tempo certo para acabar (jamais me esquecerei disso). É preciso aprender a valorizar o que é importante e desprezar o que é irrelevante. Esse aprendizado só vem com o amadurecimento, o que geralmente acontece depois da perda. Sob sol ou chuva, a vida vai se ajeitando e segue seu rumo independente de nossa vontade. Não temos controle sobre alguns acontecimentos, o que tiver de ser vai ser, cedo ou tarde. A alegria pode ser eternizada pela lembrança e nada mais. A tristeza, por nos maltratar, parece que dura mais tempo do que todos os outros sentimentos, mas também é passageira – apesar das marcas. E assim, prosseguimos, alegres ou tristes, contentes ou incontentes. Mas ao final de tudo a serenidade, já adquirida, nos fazer perceber que tudo teve seu significado na hora certa e, por mais que relutemos àquilo que não estava em nossos planos, a vida continuará nos surpreendendo com momentos.

"Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus" (Rm. 3.28).

terça-feira, abril 13, 2010



O silêncio fala mais do que uma multidão de palavras. É preciso abrir os ouvidos e atentarmos a tudo que pode nos ser revelado. O silêncio nos traz para a introspecção e para a nossa própria companhia. Aprendemos e crescemos quando todos saem e nos deixam a sós com nós mesmos. Ele nos deixa mais sensíveis à voz do Criador. Podemos fechar os olhos e nos conectarmos com o Deus onipresente que criou todo o universo e todas as criaturas, mas que vive intensamente dentro de nós. Quando Jesus estava prestes a morrer, Ele ficou em silêncio e refugiou-se na presença de Deus através de uma oração. Sua alma se despia plenamente deste mundo e ligava-se àquele que sempre está pronto a nos ouvir. O nosso Deus pode até ficar em silêncio, mas jamais nos deixará sozinhos neste mundo louco e mal.


Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado e salva os de espírito oprimido. Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor de todas o livra (Salmo 34.18:19).
O amor nos fragmenta em milhões de pedaços... estamos em tudo, na flor que nasce, no azul do céu, no olhar de ternura, na mãe natureza, na chuva que cai, na força da correnteza, no soprar do vento ... é uma explosão de sentimentos... é a vida em sua plenitude!

Quando perdemos um amor, estamos espalhados em pedaços por todos os lugares... estamos pela metade... nada nos completa!

O tempo vai passando... os sentimentos frios vão desaparecendo... os fragmentos se recompõem e aos poucos somos rejuntados e voltamos a ser inteiros e nos tornamos novamente nossa melhor companhia.

E o ciclo do amor continua, nasce, renasce, vive, enfraquece, envelhece, morre... continua, nasce, renasce, vive, enfraquece, envelhece, morre... sem parar, enquanto houver força, esta que nos dá vida através do amor!

Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor (1 Jo. 4.8)

domingo, março 28, 2010

Em quantas partes serei ainda esmiuçado? Pois já estou em pedaços e ainda não fartaste de provar-me. Se o sabor final de tudo isso é viver incompleto de si mesmo dentro de um imenso abismo que me tornei, então, deleita-te, pois me tornaste em nada. A miséria já está estampada no meu rosto, uma desolação que não tem fim. A minha voz silencia como quem desfalece todas as manhãs. Já desisti de lutar, pois sei o quanto me cercaste com os teus cordéis. Tornei-me uma alma solitária que vaga silenciosamente enquanto o meu peito não para de gemer. Ainda não sei quanto de solidão e sofrimento me restam, pois estou colhendo os frutos do meu pecado.

Peço-te misericórdia... misericórdia, apenas.

Ainda que eu nunca mais ame, te peço, deixa-me ter paz e arranca de dentro de mim esta dor.

Sim, perdi um bem tão precioso, por isso, Senhor, resta-me pedir perdão pelos meus pecados.

Não te lembres dos meus pecados, nem das minhas transgressões; mas segundo a tua misericórdia, lembra-te de mim, por tua bondade, Senhor.
(Salmo 25:7)

Por amor do teu nome, Senhor, perdoa a minha iniqüidade, pois é grande. (Salmo 25:11)

Olha para mim e tem piedade de mim, porque estou solitário e aflito. (Salmo 25:16)

Olha para minha aflição e para a minha dor e perdoa todos os meus pecados.
(Salmo 25:18)

sábado, março 27, 2010

a angustia, a falta, a desilusão:
o sofrimento;
a ferida, a lágrima, a tristeza:
o choro;
a necessidade, a pobreza, a fome:
o limite;
a insônia, a dependência, a negação:
o abandono;
a preocupação, a dúvida, a loucura:
o pensamento;
a vergonha, a culpa, a decepção:
o ressentimento;
a raiva, a vingança, a fúria:
o ódio;
a frieza, a doença, a dor:
o fracasso;
a solidão, a descrença, a escuridão:
o silêncio;
a insegurança, a intolerância, a omissão:
o medo;
a morte, a lamentação, a perda:
o luto.

Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? (Rm. 8.35)

Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do povir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor. (Rm. 8.38-39)

Sentir este enfrentamento de circunstâncias adversas é como estar na escuridão em pleno raiar do dia. Mas, ao olhar para a cruz, vejo que todas as minhas injustiças foram moídas pelo sacrifício de Cristo no Gólgota. Lá encontro a esperança de que preciso para renascer para uma nova vida.

Era o mais desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens esconderam o rosto, era desprezado, e dele não fizeram caso. Certamente ele levou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele e pelas suas pisaduras fomos sarados. (Is.53.3-5)

Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados; perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos. (I Co. 4.8-9)

E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas. (II Co. 5.17)

quinta-feira, fevereiro 25, 2010

Pássaro ferido na caverna de Adulão

Arquitetada na mente do traidor, a perfídia leva tempo para ser executada. O tempo é necessário para as criações da mentira tomarem forma. Geralmente, ela é sustentada no vácuo e em pensamentos inconsistentes. No entanto, de tanto ser repetida e reafirmada, passa a tornar-se uma verdade na cabeça do mentiroso. Mas um bom traidor precisa ser meticuloso e sutil, pois um simples deslize pode trazer à tona uma sucessão de passos mal dados e tudo vira objeto de questionamentos. Neste momento, a mentira é alimentada por novas mentiras e, frequentemente, a fuga se torna uma boa saída para quem se acovarda em falar a verdade. [Jogar o lixo debaixo do tapete não deixa o ambiente limpo!] Uma miscelânea de pensamentos começa a existir na mente da pessoa traída, em paralelo às mentiras contadas. A mentira tem poder ambivalente, pode deixar uma pessoa cega e a outra doente: o cego perde o senso e o limite de seus atos, acha que tudo é justificável e que no fundo nada foi tão grave assim - apesar de ter sido muito bom; já o doente passar a reagir sob o controle da insegurança, do desequilíbrio, da insanidade. Mas nada é feito às escondidas e nem tudo permanece igual ou com a mesma cara, à medida que o tempo vai passando. A desconfiança, a frieza, a indiferença, a insensibilidade, o egoísmo narcisista, a falta de consideração, a falta de respeito, a falta de tanta coisa... entram em cena e vestem a carapuça do traidor, expondo um cenário de horror e sintomas insustentáveis, deixando a relação fragilizada. As conseqüências de uma traição são sempre devastadoras e nocivas, castigando o coração e alma, infligindo um ferimento que talvez nunca cicatrize.

"E, acima de tudo:
a ti próprio sê verdadeiro
e assim deverás prosseguir,
como a noite e o dia, e
não poderás, então, ser
falso a mais ninguém".
- W. Shakespeare

Todos estes dias morri um pouco. Dei meu sangue e agora devo suor e lágrimas a mim mesmo. Caí do céu direto para o inferno. Uma bomba explodiu dentro do meu peito. Sinto-me como Davi na caverna de dor "estou exausto de tanto gemer. De tanto chorar inundo de noite a minha cama; de lágrimas encharco o meu leito" (Salmo 6:6). Deparei-me com uma pessoa sem paciência suficiente, sem esperança suficiente e infeliz suficiente para por fim à sua miséria, pulando fora, literalmente! Pergunto-me frequentemente, será que a morte é pior do que isto? Será ilusão achar que este estado de espírito suicida/depressivo possa melhorar? A culpa vem por não ter sido forte o suficiente para ter assumido meu destino - meus hojes e amanhãs - e ter evitado a "caverna de Adulão", só assim, não me sentiria tão humilhado e mal amado como agora. Fui um irresponsável comigo e pelo que permiti que fizessem a mim! Hoje, não sinto mais a necessidade de salvar o pássaro ferido, pois também fui ferido. Agora me resta, como Davi, sair da caverna de dor, arranjar uma vida e vivê-la de modo responsável.

terça-feira, fevereiro 16, 2010

Pernas cruzadas, louça pra lavar, o pensamento vagueia, enquanto a água escorre por entre os dedos. Coisas pra fazer, tiro e boto no mesmo lugar. A música suave encoraja-me os ânimos. Os pensamentos não param, vão e vêm. Um dia de descanso ou mais um dia a preencher de mim mesmo? Talvez! O que posso acrescentar, além dos afazeres do lar? Um passeio virtual, pensei! E, rapidamente, os dedos ágeis conectam-me. Releio as mensagens, revejo as mesmas fotos... humm, já sei, alguma novidade no e-mail? Por aqui tudo igual, também. É melhor meditar! Uma oração, coração contrito e forças renovadas. Fortalecido, volto às roupas, que ainda estão sujas. Uma ligação! É, quem sabe? É melhor voltar ao agora e deixar as coisas como estão. A melhor verdade é aquela que aceitamos e temos de nós mesmos, o resto é mera especulação. No agora tudo é real e, como disse ontem Elza Soares, "eu sou o agora". De frente ao desconhecido, viajo como uma criança recém chegada, cheia de curiosidades e de novidades para aprender, enquanto a roupa gira no tanque sem parar.

terça-feira, fevereiro 02, 2010

....

Estou no caminho - restaram pedras e espinhos - redescobrindo as paisagens, que tantas vezes as menosprezei. Agora me apego a elas como se fossem as heroínas da resistência, capazes de suportar a tempestade de sentimentos, já arruinados. Elas resistiram para, quem sabe, me mostrarem algumas lições: o renascimento da vida, das cores, dos sentires, dos olhares, dos valores... O compromisso, o caráter, a dúvida, o MEDO, a COVARDIA, também me fizeram mais hábil e esclarecido (estes últimos são os dois maiores problemas que impedem o homem de ser feliz). Mas, neste caminho, não estou sozinho, o silêncio me acompanha e me fala coisas reais e também terríveis. Ora o sinto em forma de desprezo; depois, como quem não tem nada na mente pra falar, é como se nem mesmo bobagens tivessem importância. E me pergunto: onde foram parar a cumplicidade, a intimidade, o companheirismo, o respeito, a consideração, os mais puros sentimentos? Não tenho as respostas, apenas questionamentos vãos! Alguém, por favor, poderia me dar alguma satisfação? Não, infelizmente, não; você está sozinho nessa (me responde o silêncio). Mas o silencio me ensina a enxergar o invisível e a sentir o gosto amargo da verdade - esta que sinto e dói, dói, dói... Mas, necessária para a liberdade. Infelizmente não tenho como fugir do silêncio e da dor. No entanto, não posso me acostumar como se algo normal fossem, pois são ricos em seus estragos. Ainda existe outro atenuante ou agravante, descobri que sou o culpado pelos acontecimentos: fui o ausente, o frio, o não romântico, o sem novidade, aquele que não lutou, pois achava que estava tudo garantido. Fui desnecessário quando achei que tudo tava indo bem; acomodado, que olhava apenas para o compromisso. Não olhei para o amor, para os sonhos. Não ofereci reconquistas. Como quis "Te amar sem limites e viver uma grande história". Ah, que amor é este que rasga o meu peito e me faz o maior dos infelizes? Esta não deveria ser a sinopse de tudo que aconteceu: o "amor" pode ser medíocre, só depende das circunstâncias, da ausência, da carência, da fragilidade, da pegada, da novidade, da chama, do querer... O "amor", este que falo - não o que sinto -, infeliz amor.

Palavras soltas ao vento, voem, voem... Levem para longe de mim todos os meus questionamentos. Percam-se e não mais me achem.

sábado, novembro 14, 2009

Diante de todos os fatos, já não tem a menor importância o que penso ou à conclusão que cheguei. Nada tem sentido algum, não expressará exatamente o verdadeiro sentido das coisas. Este mundo subjetivo de conjecturas e elucubrações mal infundadas é um processo cansativo e causa transtornos à realidade. No submundo do pensamento, os sonhos tentam regatar os momentos vividos de maneira intensa. No mundo real, a falta de amor me traz de volta para um lugar desconhecido, mas real. Hoje repenso tudo com um pouco de pesar e já com dúvida sobre o que é verdadeiro e falso. Já não sei quem é um nem outro, ambos confundem os sentidos. Será que algum deles existiu um dia? Talvez eu tenha sido uma boa companhia!

domingo, julho 26, 2009


Onde me levará o andar dos meus pés?
Que caminhos tenho a descobrir?
Uma bela paisagem quero encontrar.
Um horizonte iluminado pelo brilho do sol e
Um tão lindo e imenso céu.

Uma boa companhia... minha grande alegria!

O expressionismo da luz




Eu não esperava que o resultado ficasse tão... tão iluminado. Não sei onde mexi para conseguir captar esta luz. Até tentei outras vezes. Acredito que tenha sido um momento mágico, singelo e único... assim como quase tudo na vida o é, pena que só descobrimos isso com o passar do tempo. Não almejo outro feito igual, pois já está resgistrado e ficará guardado como uma percepção especial da luz.


Uma passagem rápida, mas suficiente para captar com um clique a sensibilidade que o escultor quis transmitir através de seus vários personagens. Um trabalho delicado, difícil e talvez pouco valorizado. Mas, para mim valeu a pena perder alguns segundos e registrar esta bela obra de arte.



que vida difícil...



vivo correndo contra o tempo...



e ando me alimentando mal...

segunda-feira, julho 20, 2009


"Dispõe-te, e desce à casa do oleiro, e lá ouvirás as minhas palavras. Desci à casa do oleiro, e eis que ele estava entregue à sua obra sobre as rodas. Como o vaso que o oleiro fazia de barro se lhe estragou na mão, tornou a fazer dele outro vaso, segundo bem lhe pareceu" (Jr 18.1-4)